Segundo a imprensa, o convite do Presidente da República ao Papa ("Sua Santidade o Papa" na linguagem do Vaticano) para visitar Portugal tem em vista a comemoração do centenário das "aparições de Fátima", em 2017. Nas palavras citadas pelo Público, o PR disse: «"Trago comigo uma carta formal da República Portuguesa a convidar Sua Santidade a visitar Portugal a propósito do centenário das aparições de Fátima."
É evidente que o chefe da Igreja Católica tem todo o direito de celebrar tal centenário junto com bispos e os crentes portugueses. O que já não faz sentido numa Republica laica, cujo centenário passou há seis anos, é que o Estado se associe oficialmente a celebrações religiosas, por mais importantes que sejam. Era o que faltava, por exemplo, ver o PR ou o Governo participarem nessa qualidade nas cerimónias que venham a ter lugar! Os cidadãos que ocupam cargos políticos mantêm inteiramente o seu direito de participar, a titulo privado, em práticas religiosas, conforme as suas crenças; mas não na sua qualidade de representantes do Estado.