Segundo o Jornal de Negócios de hoje, o corte nos vencimentos dos políticos, que foi a primeira "medida de austeridade" antes da dita (estabelecida em 2010), não vai ser reposto, porque nem o Governo o propôs no orçamento (provavelmente para não irritar os parceiros da maioria parlamentar...) nem ninguém parece disponível para o fazer.
Pelos vistos, a recuperação de rendimentos, que é a bandeira da atual coligação de Governo - e que vai beneficiar inclusive as chamadas "pensões milionárias" (via eliminação da CES) e os mais altos rendimentos privados (via eliminação da sobretaxa de IRS) -, não contempla todos os rendimentos que foram vitimas da austeridade. Recorde-se que o corte do pessoal dos gabinetes ministeriais, que tinha acompanhado o dos membros do Governo, já foi reposto em 2014.
É evidente que ninguém tem a coragem de arcar com a gritaria demagógica que provavelmente receberia um tal "aumento dos políticos", apesar da modéstia relativa de tais remunerações e da incoerência da exclusão. Mas é evidente que a discriminação é injustificável e que a cedência à demagogia também é uma forma de demagogia política...