1. Esta tabela do Eurostat, relativa ao terceiro trimestre de 2016, mostra que dos sete países que têm um rácio dívida pública / PIB superior à média da zona euro (a vermelho) cinco deles são da corda sul da União, os suspeitos habituais, com Portugal num desconfortável segundo lugar ex-aequo com a Itália.
2. O segundo quadro, abaixo, mostra que na comparação com um ano antes (3ºT 2015), enquanto a Grécia, a Itália e a Espanha melhoraram o seu rácio, Portugal e Chipre agravaram-no, em contraciclo com o resto da União, acentuando a sua divergência para a média da UE (a azul) e da zona euro (a vermelho), que também diminuíram.
3. Mesmo que os dados relativos à dívida líquida (que deduz os depósitos) atenuem a gravidade destes quadros, a situação não pode deixar de inspirar preocupação.
Não nos admiremos, portanto, que a nossa taxa de juro também tenha subido em contraciclo com a de outros países, agravando o spread em relação à divida espanhola e italiana e encarecendo o custo das novas emissões da nossa dívida. E não nos admiremos também que as agências de rating mantenham Portugal em maus lençóis.
Esta tendência negativa tem de ser revertida (aqui, sim, uma reversão virtuosa!), antes que as atuais condições favoráveis de juros baixos (inflação reduzida e intervenção do BCE) se alterem, tornando tudo ainda mais difícil.