Este "não" maciço dos estudantes de Coimbra à "garraiada" na Queima das Fitas, tradicionalmente realizada na Praça de Touros da Figueira da Foz, constitui uma importante vitória na luta contra a barbárie tauromáquica, tanto mais que esta manifestação taurina nem era das mais cruéis.
Passo a passo vai-se fazendo caminho neste combate civilizacional, apesar da vergonhosa cobertura política e mediática de que as touradas gozam entre nós (incluindo na RTP), a pretexto da "tradição" e da "cultura popular" (sic!), como sempre defendeu a direita tradicionalista.
Adenda
Um leitor observa que está na altura de um referendo nacional sobre as touradas em Portugal, que a seu ver também daria numa clara rejeição das mesmas. Ora, embora os estudantes de Coimbra possam não ser uma amostra fiel do país nesta matéria, convirjo na convicção de que as touradas seriam chumbadas num referendo nacional. E apesar de não ser um fã de referendos (pelo contrário!), admito que, perante a cobardia dos partidos políticos em enfrentar o poderoso lobby das touradas - que vai desde os criadores de gado bravo até aos toureiros, passando pelos empresários do degradante espetáculo e demais interesses que rodam à volta dele -, pode vir a concluir-se que a única maneira de pôr fim à barbárie é mesmo com recurso a um referendo.