Ficámos a conhecer-nos melhor, nas grandezas e misérias coletivas, nas esperanças e desesperanças nacionais. Obrigado, Eduardo Lourenço.
2. Ocorre-me dar conta de uma conversa com ele, numa das últimas ocasiões em que nos encontrámos, a saber no Parlamento Europeu, se bem me lembro aí por 2013, onde foi dar uma palestra - como sempre brilhante (ou não fosse ele também um grande pensador sobre a Europa) -, onde me surpreendeu com a confissão de que também tinha ambicionado ser eurodeputado, por considerar o Parlamento Europeu, onde conviviam representantes de países que tinham travado guerras seculares entre si, a mais conseguida e genuína expressão da integração e da paz europeias.
Perante a minha pergunta sobre porque não tinha realizado esse sonho, que me parecia de fácil realização, dada a sua conhecida proximidade ao Partido Socialista, limitou-se a retorquir, com um sorriso conformado: «Nunca fui convidado e também não quis fazer-me convidado».
Fiquei interdito, a lamentar a enorme perda do areópago europeu...