Vão-se acumulando os fatores de preocupação sobre o impacto da guerra na economia europeia, quer quanto ao disparo da inflação, batendo records de várias décadas (mais de 7% na Alemanha, quase 10% em Espanha) - reduzindo o rendimento real de trabalhadores e pensionistas -, quer quanto à degradação do "sentimento económico" entre consumidores e investidores, o que intensifica a travagem do crescimento económico, colocando a União numa "fase difícil», como acaba de alertar a presidente do BCE.
Apesar disso, enquanto as negociações entre os beligerantes continuam longe de uma solução política do conflito, sem que a União assuma uma postura ativa a apoiar essa via, os Estados Unidos e os falcões da Nato insistem em novas medidas sancionatórias sobre a Rússia (como esta decidida unilateralmente pela Polónia), as quais, além de provarem ser tão pouco dissuasoras como as anteriores, só podem agravar o impacto recessivo na Europa, pelo seu "efeito de ricochete".